O uso de aplicativos de transporte como Uber e 99 cresceu de forma expressiva nos últimos anos. Porém, junto com a popularização do serviço, também aumentaram as ocorrências de acidentes envolvendo passageiros. Quando há vítimas — sejam passageiros, motoristas ou terceiros — surgem diversas dúvidas sobre quem é responsável, como funciona a cobertura de seguro e quais são os direitos garantidos por lei.
Neste artigo, vamos esclarecer os principais pontos para orientar passageiros e vítimas que passaram por esse tipo de situação.
O que fazer imediatamente após o acidente
- Priorizar a segurança e atendimento médico
Mesmo acidentes aparentemente leves podem gerar lesões ocultas. Buscar atendimento imediato é essencial. - Registrar o ocorrido no aplicativo
Tanto Uber quanto 99 possuem canais internos para registrar acidentes. Esse registro é importante para acionar o seguro. - Coletar todas as informações possíveis
- Dados do motorista
- Fotos e vídeos do local
- Boletim de ocorrência
- Relatórios médicos
- Conversas e e-mails com a plataforma
- Guardar recibos e comprovantes de gastos médicos
Eles serão usados na hora de solicitar reembolso ou indenização.
A Uber e a 99 são responsáveis pelo acidente?
Essa é uma das dúvidas mais comuns. As empresas alegam que são “apenas intermediadoras”, mas na prática:
Sim, existe responsabilidade das plataformas.
A jurisprudência mais recente reconhece que Uber e 99 exercem atividade de risco, o que permite aplicação da responsabilidade objetiva (art. 927, parágrafo único, do Código Civil).
Isso significa que a vítima não precisa provar culpa — basta provar o dano e o nexo com o serviço.
Além disso, o Código de Defesa do Consumidor reforça a responsabilidade solidária entre todos os envolvidos na cadeia de consumo.
O seguro oferecido pelas plataformas cobre as vítimas?
Sim. Tanto a UBER quanto a 99 e a inDrive fornecem um Seguro de Acidentes Pessoais de Passageiros (APP) obrigatório e gratuito.
A cobertura inclui:
- Despesas médicas
- Invalidez permanente
- Morte
- Assistência e reembolso de gastos
Importante: O seguro cobre apenas durante a corrida aceita e em andamento, não no trajeto até pegar o passageiro.
Quais danos podem ser indenizados pela vítima?
A vítima de acidente em transporte por aplicativo pode buscar:
Danos materiais:
- Medicamentos
- Exames
- Cirurgias
- Perda de renda temporária
- Tarifas e gastos diversos
Danos morais:
Em casos de dor, sofrimento, abalo psicológico ou prejuízo emocional.
Danos estéticos:
Quando há cicatrizes ou deformidades permanentes.
Lucros cessantes:
Quando o acidente impede a pessoa de trabalhar.
Quando é necessário entrar na Justiça?
Normalmente, o próprio aplicativo ou o seguro resolve parte das despesas. Porém, a ação judicial se torna necessária quando:
- Há recusa de pagamento do seguro
- A indenização é insuficiente
- Há sequelas permanentes
- O motorista estava irregular (sem CNH, álcool, etc.)
- A vítima deseja danos morais ou estéticos
Nesses casos, o escritório de advocacia atua na prova do dano, responsabilização solidária e acesso ao seguro.
Conclusão
Acidentes com vítimas em transportes por aplicativo exigem orientação jurídica séria e rápida. As plataformas possuem seguros e são responsáveis pela segurança do passageiro, mas muitas vezes a vítima só consegue reparação completa com apoio profissional.
Um advogado especializado ajuda a garantir que todos os direitos sejam respeitados e que a indenização seja proporcional aos danos sofridos.



